O Instituto Português do Mar e Atmosfera prevê um índice de raios ultravioleta de elevado a extremo  em Portugal Continental com temperaturas elevadas, sobretudo,  nos distritos do interior. Nos próximos dias,  a temperatura máxima deverá variar entre 27°C. e 32°C no litoral, devendo atingir em diversos distritos valores entre 35°C. e 40°C.

Para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso, sublinhamos três pontos importantes:  manter-se informado, hidratado e fresco. Como só o podemos ajudar com o primeiro, reunimos uma simpática brisa de informação para si. É, ainda, de sublinhar que as crianças, os doentes crónicos e as pessoas idosas são particularmente vulneráveis, porque é nestas idades que o risco de desidratação é maior.

Quais os cuidados com crianças nos primeiros anos de vida?

Bebés e crianças pequenas são especialmente sensíveis aos efeitos do calor intenso e dependem dos adultos para se manterem seguros. Proteja-os do calor intenso e tenha em atenção os seguintes cuidados:

  • Vestir a criança com roupas leves, soltas e de cor clara;
  • Utilizar chapéu quando está ao ar livre;
  • Dar água com mais frequência e certificar-se de que bebe mais água do que o habitual. Pode utilizar chás adequados para bebés para facilitar o consumo (fale com o seu pediatra para saber qual o mais adequado);
  • Evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre as 11 e as 17 horas;
  • Aplicar protetor solar adequado a bebés com SPF50+ antes de sair de casa, e repor de duas em duas horas caso a exposição seja constante;
  • Nunca deixar o  bebé/criança sem supervisão dentro de um carro estacionado ou outro local exposto ao sol, mesmo que por pouco tempo com janelas abertas;
  • Consultar o seu médico se a criança tiver diarreia ou febre e ter especial cuidado com a hidratação;
  • Procurar assistência médica imediatamente sempre que identifique sinais de alerta como: suores intensos; fraqueza; pele fria, pegajosa e pálida; pulsação acelerada ou fraca; vómitos ou náuseas; desmaio.

 

Quais os cuidados com pessoas idosas e portadores de doenças crónicas?

O calor é especialmente perigoso para as pessoas idosas, que podem ter menos perceção das alterações associadas ao calor. É frequente não sentirem sede, o que leva a uma menor ingestão de líquidos. Por outro lado, o organismo pode não ter a mesma capacidade para realizar a termorregulação necessária para prevenir os efeitos negativos do calor intenso na saúde.

As pessoas com doenças crónicas são mais vulneráveis aos efeitos do calor, pelo que é necessário ter cuidados especiais. É o caso das pessoas com diabetes, doença cardíaca, vascular, respiratória, renal, mental e ainda das que tomam medicamentos que diminuem a sensação de calor ou provocam retenção de água ou de sal (anti-hipertensores, antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos para a doença de Parkinson, entre outros).

Principais cuidados a ter, salvo indicação médica:

  • Beber água, mesmo quando não tem sede. Pode utilizar chás ou bebidas aguadas para facilitar o consumo, mas fale com o seu médico ou nutricionista para saber a bebida mais adequada;
  • Permanecer em ambientes frescos, ventilados ou com ar condicionado;
  • Sempre que necessário procurar locais climatizados;
  • Evitar a exposição direta ao sol;
  • Usar roupas leves, soltas, de cor clara, chapéu e protetor solar com SPF 50+;
  • No período de maior calor tomar um duche de água tépida;
  • Utilizar spray de água termal para arrefecimento de rosto e hidratação;
  • Fazer refeições mais leves que contenham alimentos ricos em água e minerais como vegetais;
  • Comer mais vezes ao dia em menor quantidade;
  • Evitar a utilização do forno ou de outros aparelhos que aquecem a casa;
  • Ter contacto de alguém atento e disponível (familiar, amigo, vizinho);
  • Consultar o seu médico em caso de doença crónica ou se estiver a fazer uma dieta com pouco sal ou com restrição de líquidos.

Não sou uma criança ou idoso. Que medidas devo tomar para tolerar melhor o calor?

Independentemente da idade, há medidas que todos devemos tomar quando as temperaturas são mais altas. Recolhemos as principais.

  • Em espaços interiores, procure frequentemente locais frescos e arejados;
  • Evite a exposição direta ao sol, especialmente entre as 11 e as 17 horas;
  • Evite atividades físicas no exterior, principalmente nos horários mais quentes;
  • Evite atividades físicas que exijam muito esforço, principalmente nos horários mais quentes;
  • No período de maior calor tome um duche de água tépida. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças);
  • No exterior, procure locais à sombra e frescos;
  • Use roupas leves, claras e soltas e não se esqueça do chapéu e dos óculos com proteção contra a radiação UVA e UVB;
  • Sempre que estiver ao ar livre, use protetor solar com índice de proteção igual ou maior que 50. Renove a sua aplicação de 2 em 2 horas ou de acordo com a indicação da embalagem;
  • Evite zonas de poluição, existe uma ligação entre ondas de calor e centros de poluição, procure zonas verdes.

Quais os sintomas ou sinais de desidratação?

A desidratação é um problema frequente em dias de calor. Para a prevenir é necessário que esteja atento aos primeiros sinais. Caso tenha dúvidas, ligue para a linha Saúde 24. Por sua vez, em caso de emergência, ligue para o 112.

Desidratação ligeira:

  • Cansaço sem causa aparente;
  • Sonolência;
  • Dor de cabeça;
  • Sede, boca, lábios e olhos secos;
  • Fraqueza muscular e possíveis cãibras;
  • Tonturas / Sensação de tensão baixa ou de cabeça leve.

Desidratação moderada a grave:

 

  • Sede crescente;
  • Lábios secos e enrugados com fissuras; 
  • Língua áspera e pouca saliva;
  • Sensação de garganta seca;
  • Desconforto fisico;
  • Irritabilidade;
  • Urina mais escura e pouco frequente, podendo mesmo deixar de urinar;
  • Ao beliscar a pele, as pregas não voltam ao normal (sobretudo em bebés e idosos);
  • Convulsões (situação grave);
  • Inconsciência (situação grave).

 

Por último, esteja sempre informado sobre as condições meteorológicas, níveis de UV e outras informações necessárias a evitar desidratação, golpe de calor e outras complicações. Encontra informação credível nos sequintes websites:

 

Referências: 

News Medical Life Sciences – Sinais e sintomas da desidratação nas crianças: https://www.news-medical.net/health/Dehydration-Signs-and-Symptoms-in-Children-(Portuguese).aspx

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna – A desidratação não ocorre apenas no verão: https://www.spmi.pt/a-desidratacao-nao-ocorre-apenas-no-verao/

Serviço Nacional de Saúde (SNS) e INEM – Conselho INEM: O que fazer em caso de desidratação? https://www.inem.pt/2017/09/01/conselho-inem-o-que-fazer-em-caso-de-desidratacao/

Serviço Nacional de Saúde (SNS) e Direção Nacional de Saúde (DNS) – Perguntas e Respostas frequentes sobre o calor https://www.dgs.pt/saude-a-a-z.aspx?v=%3d%3dBAAAAB%2bLCAAAAAAABABLszU0AwArk10aBAAAAA%3d%3d#saude-de-a-a-z/calor/perguntas-e-respostas

Serviço Nacional de Saúde (SNS), PLATAFORMA SAÚDE SAZONAL , Verão & Saúde – Evolução Semanal e Diária http://saudesazonal.min-saude.pt/#home/181/665 

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Índice Ultravioleta – Mapa dinâmico https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.uv/

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